terça-feira, 17 de maio de 2011

Entre D's

Gente, faz mais de uma semana que parei de tomar o Lexapro totalmente. Desde ontem que me sinto muito mal, tonturas, enjôos e vontade de chorar. É mais ou menos assim: A tontura aparece, se instala, eu fico enjoada e incomodada com estas sensações, daí me desespero e choro. Sem controle, choro onde estiver, hoje chorei no trabalho. Mas acho que ninguém viu.
Meu namorado pede para que eu me controle, pois vai passar. Ele pediu até para eu não chorar mais, queria muito poder fazer isso por ele, aliás, queria mesmo era poder fazer isto por mim mesma. Mas enfim, ele disse sabiamente que estou vivendo entre o desânimo e o desespero. E com razão. Sinto-me bem apenas quando estou dormindo, ainda bem que pelo menos isso, pois se afetar meu sono... Ai, ai, ai, não vou nem falar mais nada.
Mas é isso, pesquisando sobre estes sintomas desagradáveis que venho sentindo, vejam o que eu encontrei.

"Após o uso por um tempo prolongado, a retirada do medicamento deve ser gradual ao longo de uma a duas semanas, para evitar a ocorrência de sintomas desagradáveis conhecidos como sintomas de descontinuação (tontura, sensação de dormência e fraqueza muscular, tremor, ansiedade, enjôo e palpitações). Esses sintomas não são indicativos de vício."

Força!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Saudade

Há quanto tempo eu não sentia saudade? Desde quando o Lexapro passou a fazer efeito em mim, a saudade nunca mais apontara. Esta semana senti que ela viria, e hoje está aqui dentro de mim. É uma saudade sufocante, presa no peito, na garganta. Saudade que debilita o corpo, embarga a voz, traz mau humor. Saudade. Saudade da pele, da mão pequena, do rosto liso, do sorriso singelo, da alegria de acordar ao lado. Saudade dos olhos curiosos, do abraço, do cheiro natural e único. Saudade de acompanhar o aprendizado diário. De cada nova palavra, expressões engraçadas, opiniões atrevidas, brincadeiras infantis. Saudade das canções de ninar, lembro-me de todas. Da construção.  Do que eu poderia ter sido e não pude ser, mas que muito gostaria. Do que poderia ter dito e não soube como. Saudade que não se dissipa com o tempo e não morre, nem mesmo com a presença dela. Saudade. Saudade. Saudade. Saudade vinda de uma ausência irreparável, que jamais será presença constituível. Saudade. Sempre ao meu lado, desde sempre. Saudade.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Onde estou?


Olá,

Estou passando mal numa montanha russa, ora em alta ora em baixa, sem muita adrenalina, e com náuseas constantes, vertigens, tonturas...
Acordei mal neste último sábado, chorosa, tristonha. Mas tudo bem, vai. Odeio escrever sobre ser um ser humano inconstante e problemático, não sou assim, apenas me sinto assim. Isso quer dizer que não sou como me sinto, e sim como penso que sou. E quando penso em mim, vejo-me sorridente, equilibrada, sabia?
E os pesadelos? Que são eles? São apenas os destinos onde a curiosidade me leva. O desta noite, por exemplo, foi uma volta ao inferno, quis saber como são as coisas por lá. E encontrei o meu avô, diga-se de passagem, pedindo para que eu rezasse pela alma dele, cobrando minhas lágrimas pela sua partida. Que contradição! Não sou assim, também.
Tento dizer para mim mesma “Não se impressione, maluca, pesadelos numa noite de domingo são perfeitamente naturais. São indignações da mente humana, que sabe o que lhe espera no dia seguinte, trabalho, pessoas insuportáveis, cobranças, datas de vencimento, trânsito, tempo passando, noticiários”. Pessimismo imbecil, não sou assim.
Cala a boca, sua maluca, o que sabe da vida? O que sabe de si? Você já passou fome? Inútil, fraca, burra, fútil. Você acha que pode tudo, quando na verdade, não pode ao menos entender a si própria. Ainda cobra isso dos outros. Você é sempre culpada e não suporta a culpa. Deixa disso, fica em paz, vai ler um livro, doar sangue, ajudar uma instituição. Descontrolada, desequilibrada, cérebro de mosca. Aliás até uma mosca tem um melhor que o seu. Tente matá-la. Seus reflexos quase infalíveis não a deixarão morrer.
E você? Quer morrer? NÃO! Tens medo até de morrer. Pois não há reflexos que te protejam, ninguém irá te proteger, nem Deus, nem você.
Deus, não, ele não tem nada a ver com isso! Ah, tem. Tem sim. Deus. Se o seu eu está debilitado, que força terá Deus para você?  Deus é onipresente, está em todos os lugares, está dentro de nós. Deus é igual à soma das forças universais com a capacidade de ter fé para atraí-las. Fé é, acima de tudo, força.E onde está a sua? No Lexapro? Talvez. Na Fluoxetina? No Alprazolam? Ou na PUTA que te pariu? Talvez esta última tenha sentido. Segundo Freud, está tudo na origem! De onde você veio, maluca? Para onde irá?
Perguntas inúteis não te levarão a lugar algum, rodará no mesmo ponto e cavará teu prórpio buraco. O que importa, na verdade, é o que está, exatamente, entre onde vieste e para onde irás, onde estais.
Estou aqui, em mais um dia, à espera de outro melhor.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ansiedade

Olha o texto interssante que achei sobre ansiedade. Me identifiquei muito com ele.

Sensibilidade à Ansiedade: o medo do medo


Um fator comum nas pessoas que apresentam um Transtorno de Ansiedade (Pânico, Fobias, etc. ) é a Sensibilidade à Ansiedade (Anxiety Sensitivity, em inglês).
A Sensibilidade à Ansiedade é o medo dos sintomas decorrentes da ansiedade, assim como a crença de que esses sintomas possam produzir danos psicológicos, físicos ou sociais.
Geralmente estes medos agrupam-se em três dimensões:
1) medo dos sintomas físicos (taquicardia, tontura, mãos úmidas, etc)
2) medo de descontrole mental
3) medo que os sintomas possam ser vistos pelos outros
Pesquisas apontam que as pessoas que apresentam índices altos em testes de Sensibilidade à Ansiedade terão uma probabilidade maior de vir a desenvolver um Transtorno de Ansiedade. Ou seja, a Sensibilidade a Ansiedade pode preparar o terreno para algumas pessoas desenvolverem um Transtorno de Ansiedade.
Este traço de Sensibilidade à Ansiedade parece ser desenvolvido ao longo da vida, através de algumas experiências como:
(1) experiências pessoais difíceis como doença, acidente ou perdas
(2) contato com o sofrimento de outras pessoas, que adoeceram ou morreram, por exemplo.
(3) contato com pessoas próximas que tinham medo das sensações corporais, medo de ficar doente, etc.
(4) ter sido criado por pais que apresentavam excessivo cuidado, com ansiedade e superproteção relacionados ao bem estar físico.
É importante ajudar a pessoa a ir superando este medo das reações de ansiedade, aumentando a tolerância ao que sente e aumentando a confiança em si mesma.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Fome Zero


Passei bem esta semana, com muita irritação, cansaço, um pouco de falta de ar, mas sabia que tudo isso passaria e está realmente passando. Estou bem melhor, hoje. Por isso nem tinha passado aqui para relatos, não estava afim de falar com ninguém, nem de escrever, sem maiores expressões.
Passei o feriadão de páscoa dormindo e respirando bastante, contendo as palpitações e a falta de ar. Hoje é terça-feira e estou bem melhor. Ontem estava péssima, com cólicas horrendas, dores abdominais, sem apetite, corpo mole e quente. Será que foi uma virose? Não sei, pode ter sido pois hoje acordei bem melhor!
Mas o que eu queria deixar claro aqui, hoje, é que estou sem fome. Minha fome reduziu muuiiiitooo, mesmo. Não sei se é devido ao desmame do Lexapro (estou tomando em dias alternados). Um exemplo: ganhei dois ovos de páscoa e normalmente já teria devorado os dois, mas não. Estes desprezíveis ovos estão ainda em casa. Já abri os dois, mas não comi nem a metade de cada um. Isso é muito novo para mim, mas me deixa satisfeita, aquela compulsão alimentar já estava me incomodando muito.
Agora, antes de escrever, estava pensando em como estava a minha fome há duas semanas atrás, compulsiva. Queria comer tudo e a toda hora. Comer era acolhedor, satisfatório e muito prazeroso. Comer, comer e comer. Comer ao invés de pensar. Será essa a ação do medicamento? Tipo, coma e não pense, logo não pensando não tenha crises de pânico! Hehehehe... Brincadeirinha!! Mas estava demais!! Eu saia para almoçar ao meio dia, comia por volta das 12h30, voltava ao trabalho às 13h50 e ficava de olho no relógio, contando os minutos para dar 15h e fazer um lanche, isso quando eu decidi fazer a dieta e impus horários para a minha alimentação. Pois antes de tomar esta atitude, eu chegava às 13h50 do almoço, comia às 14h, depois às 14h30 e daí por diante até não ter mais o que comer... Ainda bem que estou sem fome, é tão bom!
Hoje fui almoçar às 12h20, voltei do almoço às 13h50, já são 16h08 e não comi nada nem estou com fome. Mas vou descer agora e pegar uma salada de frutas para não desnutrir! Hihihihi...
Bem, para finalizar, hoje tenho consulta médica, vou relatar minha semana para a doutora e acho que ela aumentará os espaços da medicação. Acredito que passarei a tomar de dois em dois dias. Como ficarei?? Veremos. Vou relatando.

Até!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Uma semana de desmame


Hoje faz uma semana que iniciei o desmame do Lexapro. Foi uma semana difícil, mas pensei que fosse pior. Então está tudo certo, vamos continuar.
Hoje é terça-feira. Na noite de domingo para segunda tive vários pesadelos, mas não consigo lembrar detalhadamente deles. Acordei com uma angustiazinha na segunda-feira e fiquei respirando fundo para controlá-la durante todo o dia. Como sempre, trabalhei, fiz compras no horário de almoço, à noite fui à academia e dormi na casa do meu namorado.
Estava exausta e adormeci logo. Tive vários pesadelos que me fizeram acordar por volta das cinco da manhã com uma despersonalização horrível (me sentindo super estranha), percebi quando levantei para cuspir no banheiro, não me reconheci no espelho, parece que você, tristemente, perde a noção do corpo, é como se fôssemos perder o controle sobre ele a qualquer momento. HORRÍVEL! Seguido dessa sensação senti uma impotência e tristeza horrorosas, além da musculatura toda enrijecida. Chorei, chorei, repirei e chorei, fumei um cigarro, respirei, chorei, passou, dormi... Como tinha que levantar para trabalhar, acordei logo cedo e morrendo de sono, fui trabalhar e não sei dizer se o que eu tive foi um ataque de pânico ou uma crise de ansiedade ou um xilique de quem não tem o que fazer às quase 5h da manhã. Claro que não foi um xilique. Só de falar dessas coisas sinto sensações estranhas.
Hoje tenho consulta com a minha psiquiatra, vou relatar tudo. Mas direi que quero continuar, quero tentar desfazer estas crises sozinha, quero ser normal de novo! Quero e vou, nem que eu acorde todas as noites! Estou determinada a virar esta página da minha vida, agora é a hora de passar por isso. Deus vai me ajudar. Já está ajudando.

Até a próxima!