quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Saudade

Há quanto tempo eu não sentia saudade? Desde quando o Lexapro passou a fazer efeito em mim, a saudade nunca mais apontara. Esta semana senti que ela viria, e hoje está aqui dentro de mim. É uma saudade sufocante, presa no peito, na garganta. Saudade que debilita o corpo, embarga a voz, traz mau humor. Saudade. Saudade da pele, da mão pequena, do rosto liso, do sorriso singelo, da alegria de acordar ao lado. Saudade dos olhos curiosos, do abraço, do cheiro natural e único. Saudade de acompanhar o aprendizado diário. De cada nova palavra, expressões engraçadas, opiniões atrevidas, brincadeiras infantis. Saudade das canções de ninar, lembro-me de todas. Da construção.  Do que eu poderia ter sido e não pude ser, mas que muito gostaria. Do que poderia ter dito e não soube como. Saudade que não se dissipa com o tempo e não morre, nem mesmo com a presença dela. Saudade. Saudade. Saudade. Saudade vinda de uma ausência irreparável, que jamais será presença constituível. Saudade. Sempre ao meu lado, desde sempre. Saudade.

2 comentários:

  1. Gostei muito do seu blog, super me identifiquei com vc!! Queria saber o desfecho de tudo... Vou contar minha historia tb!!

    ResponderExcluir